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quarta-feira, 22 de julho de 2009

Essa semana perdi uma companheira de sala ...Saudade ! no choro inconsolável daquela mãe, via um sonho indo embora.E então, o que valemos ? A vida nos evidencia a morte, e a morte nos contempla a vida. Essas certezas [incontestáveis] das quais desconhecemos todo o mistério, nos faz reter a um medo pelo grande desconhecido. E isso às vezes rima, o que torna a vida mais divertida e relativa, porém algumas vezes não dá nota e daí vem as surpresas não tão compreendidas por nós , reles mortais. A mortalidade abre espaço aos sonhos, que construímos incansavelmente, com a vontade de alcançar em tempo recorde aquilo que nosso ego precisa pra se firmar.Mas no caso da minha companheira citada acima, isso não deu tempo, a realização do sonho não acompanhou com perfeição a estadia de vida. Mas como dizem as citações sagradas, cada qual tem sua missão, e é papel nosso acreditar, mesmo que disfarçadamente, que isso seja verdade. talvez pra enganar o buraco do muito que ainda havia. Morte é coisa pra louco, sobretudo pros entes, porque não há palavra que conforte, não há braço que acomode, não há olhar que proteja... há a simples e limitada visão do real. E nós [como eu], que vivemos nos cobrindo com a capa da hipocrisia, do bem apresentar... desforre-se, eu digo e repito DESFORRE-SE. Seja quem você nasceu pra ser, mostre a intrasitividade, o mau humor, o estresse, os comentários maldosos, o grito, os amigos falidos, a conjugação perfeita...mostre seus elogios, sua alegria, seus sonhos irreais, sorria, revele sua amizade, suas opções, sua individualidade . Tudo isso porque a vida vale até aonde a missão pode ir .E valemos apenas os ossos que são enterrados nos jazigos e a boa lembrança do que construímos. p.s. e a capa da vida se desfaz.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

À primeira vista, inferimos duma imagem como essa apenas nossa rude compreensão, que se desenvolveu num preconceito quase inerente a nós . Por que te espantas ao ver um negro beijar uma branca? O que muda neles - cientificamente falando - é apenas a apresentação de melanina, aquela que é produzida pelos melanócitos e dá corzinha aos seres, explicada por uma questão genética e nada mais, e olha que até esta citada por ultimo, pode surpreender algumas vezes. Certamente ao ver dois branquinhos na mesma cena , com equivalente composição, o engraçado seria o fato de duas crianças, até então inocentes, beijarem-se sem nenhum pudor.Mas não, temos duas crianças de cores distintas, e isso se sobrepõe a qualquer situação, isto é, a diferença racial chama mais atenção que qualquer coisa em tal cena. Não nos martirizemos, volto a insistir que são apenas duas crianças, não tente deixar de achar estranho, ele está incutido em você... e não se dissipará assim tão facilmente.É tamanha a força desse tipo de preconceito, que já chego a chamá-lo até de predefinição; mudou histórias, destruiu famílias, movimentou economia, criou movimentos de libertação, magoou pessoas, criaram-se leis, e ele até hoje reinventa o mundo, segrega irmãos, separa o amor. É fruto duma construção gradativa que vai desde a placenta até a fase final de formação da personalidade, quando ali estanca, com uma dificuldade de regredir. Das piadas de família, da constante ideia de ter protagonistas sempre brancos e tão lindos nas telenovelas, a história da escravidão que descobre-se ao estudar, do empregado dentro de casa, do chefe de seus pais... tudo isto vai lhe formando com total semelhança aos milhões e milhões que existem por aí.É a potência do senso comum. A discriminação é um dos grandes mediadores, de grande malefício à sociedade e com enorme obstrução em seu currículo. Portanto é necessário promover o desapego a conceitos de racismo tão arcaícos quanto o período colonial no Brasil.Ultilizar-se disso apenas enquanto história, para modificar a humanidade e refazermos 'cabeças' que até o momento se impressionam com cenas como aquela, pois comunhar, na melhor acepção da palavra é isso, unir todos sem fatores de diferenciação.

sábado, 30 de maio de 2009

foisimbora !

a emoção acabou . levaste a bondade precisa, a pureza contida de anos, a ingenuidade que era meu atrativo. acabaste com o melhor que havia em mim . não sou melodramático, mas sou humano... um ser devoluto, quero de volta a constância que fazia existir, quero aquele existencialismo barato que acostumei-me a ter, o grito aberto que estalava a garganta, quero a risada sem censura, a inexistência do pudor, devolve meu EU. devolve a mim, dá-me o que sou.

domingo, 17 de maio de 2009

a tal.

Quando me comparava a meus pais, enxergava de diferente entre nós, apenas a maneira de enxergar a vida. Os conceitos que neles eram arcaicos, em mim ''modernos'', o voto que deles era forçado, o meu era aberto, a música de lá era erudita, a de cá diversão. Os tempos deles era 60, tinha tango, benção, educação, roupa, vocabulário e o bom Chico. O meu é 2000, tem funk, aperto de mão, engano, moda , gírias e o bom Chiclete. Dizia a eles, vocês perderam, deram lugar a nova geração [que inocência a minha].E eles, cautelosamente, em réplica mandavam ''a gente tem experiência''.Mas essa palavra de nada me valia, era tosca, conteúdo de uma geração em extinção, certamente achava isso por não a ter. Quando é essa semana a vida me prega um baque, daqueles tremendos, onde a força do medo latente que tenho se sobressai ao que sou.E era desestímulo, descrédito, tantos ''des''.Lá fui eu entender à moda de meus pais, fui me valer daquilo que DESacreditava, da tal experiência concisa e pronta . A comparação inicial foi tão errônea.Depois de sucumbido o sofrimento meu, quis ter experiência, mas não sabia o tanto de inerência que havia nela, não é mercadoria pronta, embalada e injetável, é construção de dia a dia, ter de pagar o preço[caro] pra adquirí-la. Aí estava a interferência do Chico, da educação... vou começar a tomar a benção pra vangloriar os passos daqueles que são experientes, meus pais; eles são sacrossantos.

sábado, 16 de maio de 2009

o sentido da joana era o joão . sem rima, acerto, compasso ou ação... joana era imaginação,queria tudo,diversão, lazer, sexo e amor do joão. joão morreu .

sábado, 25 de abril de 2009

a verdade inventada.

no divulgar, no permitir, no facilitar... tudo isso ele tem, ele pode, eu não. somente prazer instantâneo , nada demais. não vejo vantagens, entende ? gostar de fazer e ninguém não poder saber, pra mim é isso . pra que mudar parâmetros, se é tão pesado quanto mágoas que se carrega. inoperância de todos, o não comentar sobre tudo, isso me aprisiona demais. estava indo tão bem, porém pequenas coisas diárias vão se acumulando e me estragam por completo, mexem com o que eu tenho de mais sagrado e peculiar...minha mente. há clichê em demasia, na tentativa dos outros em me ajudar, mas duro é sentir na pele. é querer fugir e se encontrar sempre, é querer nada e ter tudo, é não fazer valer e ser visto[não como queria, pelo que queria].

terça-feira, 21 de abril de 2009

''encerrando ciclos ''

...do divã do psicanalista só consigo me lembrar duma consoante frase:''você está atrasado em um ciclo, precisa encarar um nova fase de vida pra se melhorar.'' Ai mas me perturbou, perdi sonos, não lá voltei e pesquisei, queria saber o que significava essa dificílima palavra chamada ciclo, li, reli, ciências, descobertas médicas, matérias jornalísticas,vi dicionarização no aurélio, mas nada me chamaria mais atenção que uma opnião sábia que lá estava, poema do Pessoa. do qual roubei o título com tão honrosa pretensão. ...desde o colegial se aprende, tão qual simplicidade se impõe.Nascer, desenvolver, crescer, reproduzir e morrer. mas a vida retoma mais, um tanto de complexidade só pra tentar ser realista.há muito mais nesses ciclos que um bom livro didático possa conter, há um tanto mais de emoção, insurreição, afeição, desencanto, maturidade, e tantos ãos e inhos possa ter. Vir aqui e depositar meu pensamento sobre a divisão do homem na vida é mais que ousadia, é incompreensão.de tudo que me disseram, de tudo que já li, nada responde a tantas dúvidas e indagações que carrego comigo.São perguntas de turbilhão, vontade de população, sonho de sonhador.Já consegui acreditar mais na ciência, e era tão feliz, hoje não o sou. Sinto que preciso encerrar uma fase, abominar uma postura, seguir novos rumos, porém não consigo.Temo ''perder a alegria e o sentido das outras etapas que preciso viver'', mas não consigo passar dessa. Talvez eu eternize como criança, ou leve traços dessa etapa por toda vida. Quero continuar sendo o chorão, continuar estando dodói, pedi ajuda pra amarrar o cadaço, pra erguer a cabeça, pra escolher a roupa, o presente que vou dar.Quero meus amáveis entes como escudo protetor, como seguranças de vida.Mas em contrapartida quero individualidade, quero maioridade, quero somente o mundo a me abraçar, mesmo ele sendo cruel, quero família, filhos, sorte, azar. Quero guerra, quero amar. Mas estou em axioma...ou talvez sirva eu ser o Benjamin Button.

domingo, 19 de abril de 2009

hodierno[mente] chato.

Tudo da contemporaneidade é chato. Acabou a era do entender as coisas, do saber do jeito bom, do fazer o bem; e isso tudo me incomoda tanto. Sou contra tudo que se diz moderno, da calça, do jeans, da cama, do nome, do café, do palavriado, do cabelo, da caneta, da pessoa... tudo perdeu a essência. É inaceitar a origem, a finalidade, é querer fazer, ridicularmente, o mal feito. Não estou convencido da importância dessa tal de instantaneidade, pra quer fazer tão rápido e de nada valer?Eu quero mais, eu gosto do mais, eu quero tempo demais, gente demais, felicidade a mais, é tão bom, faz valer. Da calça o desbotado, do jeans o renascimento do quadriculado, da cama a indurabilidade, do nome o auge do ridículo, do café a falta de gosto, do palavriado o excesso de estrangeirismo, do cabelo o chapeado, da caneta a falta de tinta, da pessoa a falta de sinceridade.É por isso q não acredito nesse mundo tão hodierno, tão chato. Acreditava no Cazuza não porque ele queria mudar o mundo, mas por ele ter essência.Era independente do tempo e tarado por vida, e teve ela bem mais maravilhosa[enquanto pôde]. Escreveu bem, falou bem, gritou muito e o mundo escutou e hoje escuta o poeta que ainda está vivo.Ele fez à moda antiga, por isso deu certo. Talvez eu queria reencarnar Cazuza, por com ele ter dado tão certo, e eu ter tanto medo desse mundo contemporâneo. Sou futurista do meu tempo, e como sei que o futuro a partir daqui será o retrocesso, estou indo no caminho certo, sem nenhuma pressa, apenas a de viver.